Um detalhe em minhas palavras faz toda a diferença na minha vida
“Semana que vem eu te ligo e a gente combina”
Sei. Mas semana que vem vem, passa, e você não liga, certo?
Lembro dos meus primeiros anos como empresária, a dificuldade que eu tinha de enquadrar esse tipo de comunicação, porque eu tinha essa tendência sólida de acreditar que semana que vem… a criatura ligaria e a gente combinaria.
Ah, mas esse é o mundo dos negócios. Muito se diz que não é.
Seguimos assim, dizendo coisas que não são. É comum. E acontece apenas entre clientes e fornecedores?
Não. A próxima parada das palavras vazias é a comunicação entre amigos.
“Passa lá em casa.”
“Me liga pra gente se ver.”
“Semana que vem as coisas vão estar mais calmas e eu…”
Sei. Mas a gente se vê de novo daqui a alguns meses na rua e… nada daquelas promessas – promessinhas, sem consequência – se cumprirem. Não passei na sua casa. Não te liguei. As coisas ficaram mais calmas mas eu…”
Sem problemas, diremos todos. Isso é assim mesmo. Entre amigos – ou conhecidos – é comum combinar e não fazer. Estamos sempre tão ocupados.
Então entre clientes e fornecedores, e entre amigos e conhecidos, é comum dizer que se vai fazer e não se faz. E termina ai, certo?
Podemos confiar que promessas públicas, que decretos federais, que discursos determinados, enfim, se cumprirão?
(a linha vazia é o meu silêncio)
Não vou me estender. Apenas um lembrete: “comum” e “comunicação” são palavras que tem a mesma raiz: comunicar é tornar comum. Portanto o que se torna comum é o que eu escolho comunicar. Mas tem uma dinâmica nisso. OU eu escolho as minhas palavras e hábitos, OU minhas palavras e hábito escolhem por mim. No último caso, é porque sigo repetindo sem pensar – e sem me conectar – com o que digo, e o que eu digo, com o que eu faço.
O detalhe em minhas – suas, nossas – palavras que faz toda a diferença na minha – sua, nossa vida – é conectar a fala com a ação.
E faz toda a diferença. Quando se diz que comunicação é poder, é porque através da comunicação e do hábito de comunicar criamos a nossa realidade. Quando dizemos que vamos fazer, e não fazemos, criamos uma realidade vazia e removemos o valor das nossas palavras.
O que você vai fazer semana que vem? J